janeiro 26, 2006

Noticias do Mundo

Hamas vence parlamentares na Palestina
O grupo radical islâmico Hamas obteve ontem uma votação expressiva nas eleições parlamentares palestinianas e, emboraas primeiras projecções, aferidas em sondagens à boca das urnas, atribuíssem a vitória à Fatah com 42% dos votos, o seu quase monopólio sobre a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) ficou seriamente abalado, assim como as perspectivas de paz com Telavive, dada a possibilidade do Hamas, que rejeita quaisquer negociações com Israel, que tal como Washington não os vê senão como grupo terrorista, poder vir a integrar o Executivo.A afluência às urnas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza para a primeira eleição parlamentar palestiniana em mais de uma década, e a primeira em que participou o Hamas, superou as expectativas mais pessimistas, com a participação de 77,6% dos 1,4 milhão de palestinianos convocados para escolher 132 deputados entre 11 listas partidárias e mais de 400 candidatos.Em Jerusalém Leste, ocupada por Israel desde 1967 e cuja participação esteve em dúvida, a polícia israelita teve que intervir para impedir que pequenos grupos de nacionalistas judeus avançassem sobre as duas secções eleitorais, tendo detido várias pessoas. Não foi, porém, o único incidente do dia. Em Hebron, na Cisjordânia, um confronto entre simpatizantes do Hamas e da Fatah provocou 12 feridos e no sul da Faixa de Gaza, a polícia fez disparos para controlar um tumulto numa fila de eleitores. Incidentes menores, apesar de tudo, dada a anarquia que tem reinado na Faixa de Gaza desde que Israel retirou do território, em Setembro de 2005.O presidente Mahmoud Abbas, disse que a ANP está pronta a reiniciar o processo de paz, mesmo com membrpos do Hamas no Governo, acrescentando que Israel "não tem o direito de escolher seus parceiros".

Irão diz que não cede
O Irão garante que começará a enriquecer urânio em larga escala se o seu programa nuclear for a debate no Conselho de Segurança da ONU mas, ao mesmo tempo, considera "positiva" uma proposta de Moscovo para que o seu urânio seja produzido na Rússia. Indiferentes às complexas posições de Teerão, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e da Alemanha vão debater o dossier nuclear iraniano na próxima segunda-feira, em Londres. "O Irão começará a enriquecer urânio a nível industrial se o seu dossier nuclear for enviado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas ou se for alvo de pressões políticas", declarou Ali Lariyani, secretário do Conselho Supremo de Segurança de Teerão.O chefe da delegação iraniana nas negociações com a troika europeia (Reino Unido, Alemanha e França) disse que o Irão deseja uma "solução negociada" da crise em torno do seu programa atómico, mas "suspenderá todas as moratórias no âmbito nuclear se prosseguirem as pressões políticas". Estas declarações são entendidas pelos EUA, Reino Unido, França e Alemanha (países que preparam um esboço de resolução a ser aprovada pela Agência Internacional de Energia Atómica - AIEA) como forma de pressão para evitar uma condenação do Conselho de Segurança.Entretanto, o presidente russo, Vladimir Putin, propôs a criação de uma rede internacional de centrais nucleares civis, colocada sob a égide da AIEA, de modo a garantir bases "iguais" a todos os países interessados em aceder à energia nuclear."É necessário criar um modelo de infra-estrutura global que permita garantir um acesso igual a todos os países interessados na energia nuclear, mas no estrito respeito pelas exigências da não-proliferação", sublinhou Vladimir Putin, acrescentando que "a Rússia está pronta a construir essa instituição internacional no seu território".O objectivo do organismo, segundo Vladimir Putin, seria oferecer os seus serviços "de forma indiscriminada" aos países que necessitem de combustível para as suas centrais atómicas. A iniciativa do presidente russo acolhe uma proposta da sua Agência de Energia Atómica para impedir situações como a actual crise em torno do programa nuclear do Irão, garantindo a qualquer país combustível para as suas centrais nucleares e, ao mesmo tempo, evitando suspeitas sobre a possível utilização para fins militares. A nível bilateral, Moscovo propôs já a Teerão a criação em território russo de uma empresa mista de enriquecimento de urânio para os reactores nucleares que a Rússia ajuda o Irão a construir.


Polícia francesa prendeu etarras
A Polícia francesa deteve, ontem, na localidade de Saintes, no oeste do país, os alegados membros da ETA - grupo separatista basco - Asier Quintana Zorrozua e Gracia Morcillo Torres.Os dois figuram na lista dos mais procurados na União Europeia, bem como entre os 21 membros da ETA incluídos no rol de terroristas dos EUA.Na povoação francesa, foi detectada a vivenda que os etarras ocupavam, com duas filhas, de seis e dois anos. Os supostos membros da ETA não estavam armados e não ofereceram resistência.Fontes da Polícia, que relacionaram os detidos com a compra de armas para a organização, não precisaram desde quando o par vivia en Saintes.A detenção culminou uma operação conjunta da Polícia francesa e da Guarda Civil espanhola.As autoridades espanholas tinham, há bastante tempo, emitido mandados de busca e captura contra os dois detidos, cujas acções o Ministério do Interior considera enquadradas no aparato logístico da ETA.Asier Quintana, nascido em Bilbau, em 1968, já tinha sido detido em 1991, com outros cinco suspeitos, elementos do "comando Matalaz", numa operaão levada a cabo em Barakaldo.Por seu lado, Gracia Morcillo, nascida em San Sebastian, em 1967, é activista da ETA e membro do Kas/Ekin.Tinha pendentes sobre si dois mandados de captura, por colaboração com grupos armados e assassínio, além de outras duas ordens internacionais de detenção.O Ministério do Interior assinalou também que os dois detidos poderão estar envolvidos na gestão de infraestruturas de acolhimento de militantes da ETA noutros países.

Fonte JN

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